domingo, 20 de março de 2011

Frida Khalo


Depois de alguns dias sem postar nada devido à correria de faculdade e outras coisas, volto com a resenha e comentário de um dos meus filmes predilétos e que me marcou por anos. O filme em questão é Frida, cinebiografia da artista mexicana Frida Khalo, que é considerada a primeira pintora surrealista da América Latina.
O filme é a reunião de algumas das coisas que mais me atraem, sendo, pintura, fotografia, música, cultura, filosofia e uma história de vida daquelas que mal dá pra acreditar. É claro que o filme não é a transposição da vida de Frida para as telas de cinema, mas a essência está lá. A pintora mexicana é uma das pessoas mais sofridas de que se tem notícia, o que não a impediu de ser grandiosa em todos os sentidos. 
Na infância a poliomelite a deixou com uma das penas mais curta, problema que foi agravado com o acidente sofrido na adolescência. Na batida entre um bonde e um ônibus, Frida, que voltava do colégio, foi atingida por uma barra de ferro que atravessou seu quadril, teve lesões na coluna e um pé quebrado. 
Contudo, todo esse sofrimento carnal serviu de base para sua entrada no mundo das artes. Durante os meses de recuperação, de cirurgias ortopédicas mal sucedidas e todo o dinheiro da família gasto, ela se encontra nas telas em branco e passa a retratar seu sofrimento em forma de imagens surrealistas. Após sua recuperação ela procura Diego Rivera, muralista dos mais famosos e influentes no mercado artístico mexicano e que posteriormente viria a ser seu marido. 
Passado o casamento começa os tumultos devido à infidelidade de Rivera, o que aumenta ainda mais o sofrimento da protagonista do longa, culminando com a perda de um filho que era esperado pelo casal. Depois de pegar sua irmã e Diego juntos vem a separação e o divórcio, para voltar a um novo casamento um tempo depois. 
Uma das grandes controvérsias do filme é a impotância artística que Frida recebe em relação a Diego, que na verdade foi muito mais exultado que sua mulher, visto que Rivera era um dos maiores (se não o maior) ícones da pintura mexicana da época; o que pode ser relevado já que o filme trata da vida de Frida e não de Diego Rivera. Outro ponto enviesado é a tentativa de criar uma imagem mítica da pintora, fruto da admiração de Salma Hayek pela mesma (a atriz, que também é mexicana, afirma que Frida é uma das pessoas que mais a marcaram). Frida era comunista, bissexual, beberrona, fumante, filha de judeu alemão e mexicana cristã, ousada em tudo que fazia e principalmente, talentosíssima; teve casos com vários homens e mulheres, dentre os quais Rockefeller e Trotski e ainda encontrava tempo para ser uma mulher normal, ir ao mercado, cozinhar para o marido e cuidar dos sobrinhos; como não admirar uma mulher dessas?
Enfim, destaque para a montagem que é deliciosa e inovadora; as atuações de Salma e Alfred Molina (como Rivera) que possivelmente são as melhores de ambos os atores, a linda fotografia que integra o filme e a trilha sonora que é mais um personagem, e ainda conta com a participação de Caetano Veloso numa das faixas.
O filme é de 2002, tem direção de Julie Taymor e produção de Salma Hayek. Essa é uma daquelas histórias que sempre vão agradar ao público, independente de ser bem contada ou não, de tão fortes e marcantes que são seus personagens...

2 comentários:

Berzé disse...

Oi Alberto!
Tô aqui nessa cidade grande,pensando no Bichinho, Tiradentes e no "poraÍ".
Gostoso o texto.
Abração!
Berzé

Alberto Lopes disse...

E aí Berzé? Que bom que gostou do texto... precisamos encontrar pra botar o papo o dia... abração e té a próxima.