sexta-feira, 24 de junho de 2011

Moon e Bá

Esses são os nomes de dois quadrinhistas brasileiros que estão fazendo muito sucesso nos States (e que eu adoro há muto tempo). Já postei algumas tiras deles por aqui e vou colocar mais uma hoje, então aproveitem... Essas tirinhas são cheias de pequenos sentimentos, camuflam desejos e guardam vontades que são parte de cada um de nós, por isso eles são tão bons, quem não os conhece visite o blog da dupla: http://10paezinhos.blog.uol.com.br/
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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sobre Meninos e Lobos

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Eu já disse várias vezes e continuo dizendo, adoro Clint Eastwood. Depois de reassistir Sobre Meninos e Lobos  essa adoração cresce ainda mais. Eu vi o filme na época do lançamento em 2003 e desde então não tinha visto de novo, mas acabei de assistir e me lembrei o porque adoro esse longa.
O cinema está cada vez mais maniqueista, ou seja, vivemos um período em que os filmes são divididos por mocinhos ou bandidos, tudo muito simples e claro. Mas aí ainda existem diretores como Clint Eastwood e filmes como Sobre Meninos e Lobos (adaptação de livro de mesmo nome, Mystic River no original) onde o mundo não é tão preto e branco, mas na verdade muito cinza.
É impossível não se envolver pela história dos três meninos de Boston e a tragédia que os une. Num dia normal da infância dos três, Sean (Kevin Bacon), Jimmy (Sean Penn) e Dave (Tim Robbins), brincavam na rua quando um carro parou e interrompeu a diversão dos garotos. Dave foi convencido a entrar no carro de um suposto policial que estava com um padre. Aí é onde tudo dá errado e marca a vida dos garotos pra sempre. Os homens eram pedófilos que sequestraram Dave por quatro dias e o molestaram. 
Vinte e cinco anos depois cada um foi pro seu lado, Jimmy foi preso e solto e agora tem um armazém no bairro, Sean se tornou policial, está em crise no casamento e não vê a mulher há seis meses e Dave se casou e teve um filho, mas leva uma vida isolada e sem futuro. Eles não mantem mais contato. Isso até o dia em que a filha mais velha de Jimmy, Katie é morta e os três se reencontram por mais uma tragédia.
Neste ponto nos aprofundamos nas vidas dos três protagonistas, vemos o quanto Jimmy sofre pela morte da filha, a insegurançã de Sean com relação à mulher e a loucura que Dave carrega consigo desde a infância. Desconfiança, egoísmo, impotência, fraqueza, insegurança, ódio, são todos sentimentos que em algum momento os três apresentam. Esse é o grande ponto do filme e o maior mérito de Eastwood.
Saindo um pouco da história e falando sobre a equipe técnica, é impossível não ver um filme desses camaradas que juntos somam sete indicações ao Oscar e cinco estatuetas. Clint Eastwood tem as suas duas por Os Imperdoáveis, Brian Helgeland tem uma e Henry Bumstead tem mais duas. É difícil falar mal do trabalho desses caras.
Porém não é só isso que faz a diferença; o que realmente impressiona no longa são as atuações de Sean Penn e Tim Robbins. O primeiro mostra que mesmo os brutos amam e que fazem tudo por esse amor, tudo mesmo (curiosamente Penn lembra muito Robert DeNiro em algumas cenas dramáticas). Já o segundo é responsável por uma das melhores  interpretações que já vi. Tim Robbins é o destaque do longa por mostrar o quanto um evento na infância pode influenciar a vida de uma pessoa. Com um único olhar ele nos mostra uma pessoa vazia e perdida, sem perspectivas e que não sabe bem o que fazer pra viver, não sabem nem se vale a pena viver. 
Para aqueles que gostam dos filmes simples e acerebrados, fiquem longe deste longa, mas se você está a fim de um entretenimento de verdade corra atrás e descubra o que há "sobre meninos e lobos", vale a pena. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Sonetos de Shakespeare (Continuação)

Bem, com a aproximação do dia dos namorados vou aproveitar para continuar postando os sonetos do bardo inglês. Então aí vai...

Ah, de que poder derivas essa força,
de balançar meu coração por insuficiência?
De me fazer mentir aquilo que tão corretamente vejo,
e de jurar que o próprio brilho do sol não enche de luz o dia?
De onde obtivestes esta influência de coisas ruins,
que no próprio recusar de tuas ações
existe uma tal força e testemunho de habilidade,
que, em minha mente, o teu pior excede todo o melhor?
Quem te ensinou como fazer para que eu te amasse mais,
quanto mais vejo e ouço causa justa para o ódio?
Ah, apesar de amar o que outros abominam,
com os outros tu não deves abominar o meu estado;
      Se a tua falta de valor despertou o amor em mim,
      mais digno eu, de ser de ti amado.

Entre olho e coração um pacto distinto,
bem servir um ao outro deve agora.
Quando para ver-te o olho está faminto,
ou a suspirar de amor o coração se afoga,
o olhar desfruta o retrato de meu amor,
e o coração ao banquete figurado
convida. De outra vez, ao imaginado amor
o olhar a tomar parte é convidado.
Assim, por meu amor ou tua imagem,
és sempre presente ainda que distante,
pois não podes do pensar ir mais além
se estou com ele em ti a todo instante.
     Se adormecem, tua imagem na minha visão
     desperta ao deleite vista e coração.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes


Sempre fui fã de Vinicius de Moraes, ele foi um daqueles caras que simplesmente mudou a forma de se ver as coisas. Muitos autores ficaram conhecidos por fazer uma única obra realmente boa, um livro muito bom, ou uma música de qualidade; Vinicius é o oposto, tudo (sem querer generalizar) o que ele fez é de uma qualidade incrível, além dos precedentes, sejam crônicas, poemas ou músicas, tudo é inegavelmente bom e para exemplificar o que digo, pequei um dos meus poemas prediletos (e que tem os últimos versos bastante conhecidos)...

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

sábado, 4 de junho de 2011

O Balão Vermelho


É legal como certas coisas nos marcam na infância e após anos sem contato com essa coisa nos reencontramos e a emoção é a mesma. Sei que não devem estar entendendo, por isso vou explicar melhor. Estou me referindo a um curta metragem que vi na infância (não sei exatamente quando, onde ou como) e que me marcou por muitos anos. Esse curta é Le Ballon Rouge; pequena história de um menino que encontra um balão vermelho (algumas pessoas dizem que o balão é que encontrou o menino) e ambos circulam pelas ruas de Paris, criando uma amizade um pouco diferente das demais.
O Balão Vermelho é um poema em foram de imagens... É impossível não ser capturado pela sensibilidade das cenas e pela emoção pura e simples transmitida pelas belas imagens desta bela história infantil. O filme é de 1956 e conta com a direção de Albert Lamorisse e ganhou diversos prêmios em festivais ao redor do mundo. Quem não conhece deveria correr atrás e ver (é fácil achar para download), aos que já viram, bem espero que se lembrem da emoção desse pequeno marco do cinema, pois dificimente veremos outro filme como esse tão cedo. 

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Sonetos de Shakespeare

Eu adoro poesia e, pra mim, ninguém foi melhor que William Shakespeare em se tratando de poesia. E aí nada melhor que dar ouvidos ao bardo e apenas prestar atenção ao que ele tem a dizer. Ao longo de alguns anos William Shakespeare escreveu diversos sonetos (para ser mais exato, 154 sonetos) que compõem a coletânea que foi publicada pela primeira vez no ano de 1609. Esses poemas tratam de temas como o amor, a política, a beleza e a morte. O interessante é que esses sonetos foram publicados sob condições meio incertas, não se sabe ao certo se o editor usou os manuscritos autorizados pelo autor ou se apenas se apoderou de uma cópia e publicou sem autorização. Além disso, na capa original o nome de autor está dividido por hífen e isso se mantém em todas as páginas internas do livro; o que faz com que algumas pessoas questionem a autoria da obra. Enfim, nada disso tira a beleza dos poemas... Falando neles, tentarei aos poucos colocar cada um deles aqui para que todos possam apreciar essas belas linhas. 

Soneto I

Dos mais belos seres, queremos mais,
de tal forma que não finde jamais a rosa da beleza,
mas enquanto as mais maduras decrescem com o tempo, 
seus rebentos jovens possam relembrar suas memórias:
Mas tu, contratada a seus lindos olhos,
és auto-suficente na luz de tua chama com tua beleza,
e crias a fome, onde está a abundância,
inimiga de ti mesma, tu, que és tão doce, a ti mesma tão cruel.
Hoje frescamente ornamentas o mundo,
e pareces a única capaz de anunciar a abundância da primarvera,
mas eis que dentro do teu próprio botão enterras tua essência,
e, tolinha, ocasionas um desperdício na natureza,
      tem pena do mundo, ou então isto seria egoísmo,
      cosumir o quinhão que ao mundo se deve, e isto ao túmulo, e a ti mesma.