domingo, 29 de janeiro de 2012

A Pele Que Habito


Fazia um tempo que não falava de cinema e pra aproveitar a volta ao assunto vou falar do último filme de Pedro Almodóvar, mais precisamente, o longa A Pele Que Habito, lançado no finzinho de 2011. Adoro os filmes do Almodóvar e acho justo o primeiro post sobre o diretor espanhol ser sobre este filme.
Deixando de "lero-lero" e indo direto ao assunto, Almodóvar criou um novo Frankenstein, digno de Mary Shelley; é isso que posso dizer sobre este filme. O longa é cheio de questões aparentemente simples, mas que se mostram de forma diferente no decorrer das cenas.
O diretor espanhol nos apresenta a Robert Ledgard, um cigurcião plástico que perdeu a mulher e a filha e vive na tentativa de "recriar" a mulher através da engenharia genética, misturando o DNA humano ao suíno para obter uma pele melhor, mais resistente e perfeita. É quando, justamente aí, as coisas começam a ficar interessantes.
Pedro Almodóvar dizia ser capaz de criar um filme de suspense/terror sem ter gritos ou sustos e realmente ele provou o que dizia. Este longa é o retorno amigável do diretor ao cinema de gênero (coisa que ele sempre fez, mas que nos últimos tempos andava meio carregada de autorismo não muito interessante). A película é uma adaptação do livro Tarântula, do escritor francês Thierry Jonquet. 
O terror de Almodóvar não está nas cenas em si, mas nos objetos e no sentido objetivo (por falta de termo melhor) desses objetos. Seja uma navalha, uma roupa rasgada, uma arma... todos esses objetos são apenas objetos, mas também são símbolos de um terror mais puro e angustiante que nos pega de forma que não sabemos do que se trata e nos incomoda de forma contínua. Porém, nem tudo são flores... Assim que a trama de desvela diante do observador, A Pele Que Habito perde seu fascínio, e decai em qualidade ficando previsível a partir de então.
Ainda assim esse longa vale ser visto. Pedro Almodóvar provou mais uma vez porque é um grande diretor, o filme tem sim seus defeitos, mas são quase insignificantes diante da obra como um todo. Recomendadíssimo aos que gostam de um bom filme que mexe com a sua cabeça. Não vou comentar sobre a história, mas digo que vou evitar ao máximo ficar com a filha de qualquer cirurgião plástico. Assistam e descubram o porquê.     

Nenhum comentário: