domingo, 21 de agosto de 2011

Os Sonhadores


Já tem um tempo que não posto nada sobre cinema, mas as coisas tem sido um pouco corridas (acho que já disse isso antes), assim, as sessões de filmes diminuíram, e consequentemente os comentários. Pra compensar, vou falar hoje de um filme muito bom que eu queria ver há muito tempo, trata-se de "Os Sonhadores", filme de Bernardo Bertolucci lançado em 2003.
O longa trata da história de um jovem americano, Matthew (Michael Pitt), que está em Paris para fazer um intercâmbio. O ano é 1968, a efervescência política... é neste contexto que Matthew encontra os irmãos Theo (Louis Garrel) e Isabelle (Eva Green), dois gêmeos parisienses que vivem uma relação incestuosa e complexa. 
Este filme foi foco de grande polêmica em seu lançamento europeu, boa parte devido a suas cenas de nudez e sensualidade (ou seria sexualidade?), além da já citada relação incestuosa dos dois irmãos franceses. Lidar com assuntos tão distintos e delicados exige uma sensibilidade e uma sutileza fora do comum, por isso mesmo, ninguém mais indicado que Bertolucci (vide"O Último Tango em Paris").
O fime é uma homenagem à vida artística, seja ela filosófica (há discussões memoráveis no longa), musical, cinematográfica, literária... Mas não é só isso, é uma homenagem ao amor, seja ele físico, emocional, platônico, incestuoso, singelo, declarado, enfim... 
Quanto às atuações, bem, me parece sensato dizer que apesar do personagem de Michael Pitt ser o protagonista do longa, são Louis Garrel e Eva Green que tomam conta do filme. Garrel faz um papel complicado, um irmão que se diz politicamente ativo e rebelde, mas que não consegue se ver livre da relação com a irmã, que por sua vez, interpretada por Eva Green, se mostra uma mulher atraente e moderna para a época, mas que se esconde atrás do irmão e da relação estranha que estes mantêm. Matthew é apenas um vértice desse triângulo.
Os Sonhadores é sem dúvida um longa que não agradará a todos, mas com toda certeza, é tudo aquilo que Hollywood tenta ser há anos. É um filme-obra de arte, que como sempre, nem todo mundo entende de cara e é preciso examinar mais vezes. Destaque para a boa fotografia realizada pela equipe de Bertolucci e para a trilha sonora, além da competente direção do italiano. 

sábado, 20 de agosto de 2011

Tiradentes em Cores

Aproveitando os dias de folga do trabalho, fui fotografar um pouco... Deixando um pouco de lado minha paixão pelo preto e branco, resolvi fotografar somente em cores e acho que consegui algumas boas fotos, assim sendo, aí vão algumas delas, espero que gostem. É só clicar nas imagens para ampliar.















quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Exposição Agosto

Galeria e Atelier Lyria Palombini apresenta: Artistas de Tiradentes

Alberto Lopes - Fotografias
Lyria Palombini - Aquarelas
Mario Perrone - Móveis

Horário: 11h00 às 13h00 - 15h00 às 18h00
Período: até 31 de agosto
Rua Direita  N°183
Centro - Tiradentes

Estão todos convidados, espero que possam comparecer, grande abraço e até a próxima.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Poema Mais ou Menos de Amor - Luis Fernando Verissimo

As férias terminaram, a minha exposição também (muito obrigado a todos os que compareceram e prestigiaram, foi um prazer contar com a presença de todos). Agora, volta às aulas, trabalho... aproveitando um tempinho livre, decidi postar esse poema do Verissimo, este é um dos meus poemas prediletos, então aí vai...

Eu queria, senhora,
ser o seu armário
e guardar seus tesouros
como um corsário.
Que coisa louca:
ser seu guarda-roupa!
Alguma coisa sólida,
circunspecta e pesada
nessa sua vida tão estabanada.
Um amigo de lei
(de que madeira eu não sei).
Um sentinela do seu leito
— com todo o respeito.
Ah, ter gavetinhas
para suas argolinhas.
Ter um vão
para o seu camisolão
e sentir o seu cheiro,
senhora,
o dia inteiro.
Meus nichos
como bichos
engoliriam suas meias-calças,
seus sutiãs sem alças.
E tirariam nacos
dos seus casacos.
Ah, ter no colo,
como gatos,
os seus sapatos.
E no meu chão,
como trufas,
suas pantufas...
Suas echarpes, seus jeans,
seus longos e afins.
Seus trastes
e contrastes.
Aquele vestido com asa
e aquele de andar em casa.
Um turbante antigo.
Um pulôver amigo.
Bonecas de pano.
Um brinco cigano.
Um chapéu de aba larga.
Um isqueiro sem carga.
Suéteres de lã
e um estranho astracã.
Ah, vê-la se vendo
no meu espelho, correndo.
Puxando, sem dores,
os meus puxadores.
Mexendo com o meu interior
à procura de um pregador.
Desarrumando o meu ser
por um prêt-à-porter...
Ser o seu segredo,
senhora,
e o seu medo.
E sufocar,
com agravantes,
todos os seus amantes.