Imaginem um mundo sem homens (ou melhor, sem machos), ou seja todos os seres com cromossomo y foram erradicados do planeta. Na verdade ainda sobraram dois, Yorick Brown, artista de fugas recém formado em letras e seu macaco Ampersand. No ano de 2002 um acontecimento desconhecido fez com que todos os portadores do cromossomo y fossem extintos, com excessão dos já citados sobreviventes. Aí você deve pensar, que sorte desse cara; um homem para um mundo de mulheres, mas as coisas não são tão fáceis.
No momento do "generocídio", 100% dos sacerdotes católicos, muçulmanos e judeus foram exterminados, 95% dos pilotos de aviões e comandantes de navios e submarinos, 85% dos mecânicos, eletricistas e bombeiros foram dizimados, isso sem falar nos chefes de Estado... Nessa época apenas 14 países possuíam forças armadas femininas, sendo que a minoria delas já havia participado de algum combate e, possívelmente, só Israel tenha forças militares femininas prontas pra enfrentar uma guerra. O que será de um mundo assim? E mais importante, por quanto tempo as mulheres conseguiriam se manter vivas sem os homens (principalmente porque não haveria mais procriação).
Basicamente essa é a premissa desse quadrinho de Brian K. Vaughan (Ex Machina e Fugitivos) e Pia Guerra (estreante nos quarinhos). Nós acompanhamos, em 60 edições a batalha por sobrevivência de Yorick e a tentativa dele de encontrar sua namorada que estava na Austrália no momento do distúrbio.
Vaughan se mostra um mestre na arte dos cliffhangers (cenas de suspense no fim de cada história), o que torna impossível não querer acompanhar as histórias até o fim e descobrir o que ocorreu. Junto a isso está a arte da estreante Pia Guerra, que não é a melhor desenhista, mas, sabe retratar muito bem as expressões dos personagens e transmitir a emoção que estes estão sentindo.
Geralmente, uma sociedade só de mulheres seria vista como quase utópica, a violência e as guerra terminariam e reinaria a paz, ou em contra partida, haveria uma sociedade facista dominada por lébicas que odiavam homens. Brian Vaughan mostra que nada é tão simples assim e satiriza esses esteriótipos socias.
Seguindo a tradição dos quadrinhos da Vertigo, Y: O Último Homem utiliza-se de um conjunto de literatura, dramaturgia, filosofia, política, cultura popular e outras formas de cultura... São citações às vezes sutis, muitas vezes são bem claras e definidas (uma coisa legal é ficar descobrindo as fontes de cada citação, pois sempre se encontra algo interessante).
Enfim, este é um trabalho interessante para ser apresentado às pessoas que não tem relação com os quadrinhos, os roteiros de Vaughan são dinâmicos e prendem o leitor, a arte de Pia Guerra é fluida e de fácil compreenção, o que atrai os que conhecem pouco do ramo e não estão adaptados aos gênios do designe como Dave McKean. Recomendado para toda pessoa que goste de boas histórias e não tenha preconceitos com histórias em quadrinhos.
2 comentários:
Oi chará,
Vc e suas descobertas. Essa história já foi editada aqui?
Abração!
Berzé
e aí berzé, beleza? então, alguns albuns já foram editados aqui no brasil, agora a panini está relançando desde o começo, mas os preços são meio salgados... mas vale muito a pena
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