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Este é o nome do longa metragem de estreia de Craig Gillespie (originalmente Lars and the real girl), lançado em 2007. Resumidamente, um rapaz muito recluso decide apresentar sua namorada à família (seu irmão e a mulher dele). Porém, há um problema nessa história, a tal namorada é uma boneca de plástico comprada por internet... Até aqui tudo indica que o filme seja uma comédia escrachada, mas não se deixe enganar, há sempre alguma coisa ainda a descobrir.
Como dito acima, Lars é um cara solitário que tem problemas de socialização, não tem relações com ninguém, evita a família e até mesmo os companheiros de trabalho; até que um dia ele aparece na porta da casa do irmão (casa que também é dele, mas ele prefere morar na garagem) e diz que tem de apresentar uma pessoa; sua namorada...
Para a surpresa, e preocupação, de todos, a namorada é uma boneca em tamanho natural, comprada pela internet e entregue pelo correio. Bianca, como Lars chama a boneca, é uma ex-missionária brasileira e que não acredita em sexo antes do casamento, assim, ele pergunta ao irmão, Gus, se Bianca poderia ficar hospedada na casa. Assustados com a situação, Gus e Karin (mulher de Gus) decidem levar Lars à médica para saber se há algo errado com o rapaz.
É aí que a história dá uma volta e deixa de ser uma reles comédia romântica. A médica diz que Lars está sofrendo com um delírio, e o melhor é que a família entre na roda e participe. Assim sendo, Gus e Karin avisam a todos sobre a situação de Lars e pedem para que a cidade colabore até que Lars perceba o quanto aquilo é surreal e volte à realidade.
A pequena cidade do interior abraça a situação e vive à espera do momento em que Lars vai se desvencilhar da ilusão de Bianca. Porém, nesse meio tempo, todos acabam se afeiçoando à boneca e passam a vê-la como alguém de verdade. Ela passa a frenquentar lugares e até mesmo a trabalhar. E é justamente isso que, aos poucos, faz com que o protagonista se sinta cada vez menos à vontade com a boneca e se aproxime mais de Margo, uma das colegas do trabalho (que por sinal já gostava de Lars). Não vou contar o final... cada um que corra atrás pra ver, pois vale a pena.
O roteiro de Nancy Oliver é excelente, pois não enfoca a comicidade da situação e sim a bondade dos cidadãos em aceitar a ilusão e entrar no jogo. Destaque para a atuação de Ryan Gosling, que é um dos melhores atores da nova geração, sem falar em Patricia Clarkson (a médica) e no casal Paul Schneider e Emily Mortimer.
Num período em que os filmes destacam cada vez mais as piores facetas da humanidade, é legal saber que alguém ainda pode ver qualidades humanas como a bondade; e neste ponto, A Garota Ideal é quase um marco de sensibilidade e emoção. Se existe perfeição, este filme está muito perto dela.
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