quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Soneto da Separação

Então, as coisas estão muito corridas pra mim, por isso não tenho postado muito, mas vamos levando do jeito que dá... Assim, vou aproveitar o tempinho livre pra colocar um dos meus poemas preferidos do Vinícius de Morais (acho que é a melhor representação que já vi do que pode ser a separação entre duas pessoas, seja qual for sua relação)... Espero que gostem...

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


sábado, 10 de setembro de 2011

Sete Vidas


Fechando a trilogia de comentários, temos Sete Vidas, filme com Will Smith em seu melhor momento... A maturidade do ator de quarenta anos (nem parece) transborda numa atuação impecável e intensa (o que não é novidade, basta ver À Procura da Felicidade).
O longa trata da tragédia de Ben Thomas (que na verdade se chama Tim), um suposto fiscal do imposto de renda que faz o possível para ajudar as pessoas que considera merecerem sua ajuda. É assim que ele conhece Emily Posa, uma cardíaca que o afeta de modo peculiar...
É difícil comentar este filme, pois ele é um mistério que se mostra aos poucos, um quebra cabeças que se resolve em doses homeopáticas. Mérito do diretor italiano Gabrielle Muccino, que já havia trabalhado com Smith em À Procura da Felicidade. O diretor carrega na poesia e no lirismo, principalmente nas cenas de flashback, as cenas (em geral) são muito bem montadas e trazem à tona os sentimentos que ilustram.
Apesar de parecer ter um tom triste e depressivo, o filme trata da vida e de como atos, às vezes simples, podem mudar a vida de uma pessoa. O protagonista inicia o longa passando por um processo de reconhecimento e redescoberta; ele vive carregado pela culpa de uma tragédia que foi responsável (ou se acha responsável)... Não quero contar mais para não estragar a experiência de ninguém com este filme...
Aproveitando, deixo a dica de que, se possível, assista o longa mais de uma vez, pois é impossível perceber todos os detalhes e nuances, deste trabalho genial, de uma só vez, mérito do roteirista e novamente do diretor. Pra quem gosta de um filme sensível e inspirador este é o longa certo... Valem as duas horas de filme e muito mais...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Cerejeiras em Flor


Continuando com os comentários sobre filmes, chegamos ao segundo, um longa alemão de 2008 (se não me engano), que se chama Cherryblossoms, ou Cerejeiras em Flor. Este longa é uma obra de arte que exige do espectador uma grande sensibilidade para se envolver na história.
Mais uma vez, é um filme que trata de conceitos filosóficos, (mas diferente do anterior, este apela pela sensibilidade contida na visão destes conceitos). Boa parte do filme faz referência ao festival Hanami, que no Japão é a comemoração das flores de cerejeira, um festival dedicado à efemeridade e beleza da vida, a mudança de estado e a possibilidade de um eterno recomeço.
O filme conta a história do casal Rudi e Trudi... Trudi descobre que seu marido Rudi tem uma doença fatal em estado avançado e teme contar isso ao parceiro, os médicos recomendam que eles aproveitem o tempo que têm juntos e façam algo especial, como uma viagem...
Contudo, Rudi não se mostra muito atraído pela ideia da mulher de ir para o Japão e ambos decidem visitar os filhos em Berlim, como meio de escapar da rotinar e fazer alguma coisa diferente. É aí que a vida dá uma reviravolta e a trama começa a nos tocar... Trudi, esposa de Rudi, morre repentinamente no quarto do hotel em que eles estavam hospedados, o que é um choque para Rudi que não consegue lidar com o luto...
Percebendo que havia aprisionado a mulher numa relação complicada, que a privava de seus maiores desejos, Rudi decide realizar as vontades da esposa e viaja para o Japão. Rudi começa uma longa jornada de aceitação e conhecimento pelo país recém conhecido. Visivelmente deslocado e ainda transtornado pela morte da esposa, ele encontra a jovem Yu, uma dançarina de Butoh (dança contemporânea japonesa que faz referência à vários tipos de dualidade, como luz e sombra, vida e morte) que muda sua visão da vida e traz novo sentido à sua busca.
Um belo filme que encanta pela simplicidade e beleza, destaque para a fotografia e para a atuação de Elmar Wepper (Rudi). O filme extrapola as relações do físico e busca aliar o espiritual e o corpo em raízes comuns à toda a humanidade de forma muito comovente. Vale ser conferido...

I Heart Huckabees


Bom, como tenho estado meio ausente do blog nos últimos tempos, decidi compensar e comentar várias coisas de uma vez, sendo elas três filmes que vi nas últimas semanas e me marcaram de formas diferentes... Assim sendo, vamos ao trabalho...
O primeiro filme é I Heart Huckabees (se não me engano, saiu por aqui com o nome de "Os psico-detetives"). É um filme interessante que coloca algumas questões filosóficas que mexem com nossa cabeça (mas tudo de forma bem diverdida e acessível).
Basicamente o longa trata das dúvidas existenciais de Albert (não sei porque, mas me identifiquei com o personagem... rsrsrs), poeta e ecologista perturbado que procura a dupla de detetives "metafísicos" Bernard e Vivian. Após algumas investigações, a dupla chega à relação conflituosa de Albert com Brad Stand, relações públicas da Huckabees. No meio disso tudo, entram Tommy (melhor personagem do longa), o "outro" de Albert e Caterine, terapeuta niilista com métodos totalmente diferentes dos da dupla já citada.  
I Heart Huckabees é um tratado filosófico com muito bom humor, mas que apresenta questões profundas como o sentido da vida ou mesmo a cultura da terapia, que parece ter dominado o mundo... Enfim, é um filme inclassificável, não dá pra dizer muita coisa, tem que assistir.
Destaque para a excepcional montagem e o grande elenco, composto por nomes como Jude Law, Dustin Hoffman, Mark Wahlberg, Naomi Watts, Isabelle Hupert e outros... Produção germânico/americana com direção de David O. Russell.
O filme não responde às perguntas que coloca em pauta, mas vale pela diversão... aos fãs de cinema, fica a dica, espero que gostem...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Mais Fotografias Coloridas

Estou me esforçando pra conseguir tirar boas fotos coloridas (não é tão fácil assim), mas acho que tá dando certo... Espero que gostem... aos poucos adiciono outras fotos... ah, é só clicar na imagem pra ampliar.