Bem, com a aproximação do dia dos namorados vou aproveitar para continuar postando os sonetos do bardo inglês. Então aí vai...
Ah, de que poder derivas essa força,
de balançar meu coração por insuficiência?
De me fazer mentir aquilo que tão corretamente vejo,
e de jurar que o próprio brilho do sol não enche de luz o dia?
De onde obtivestes esta influência de coisas ruins,
que no próprio recusar de tuas ações
existe uma tal força e testemunho de habilidade,
que, em minha mente, o teu pior excede todo o melhor?
Quem te ensinou como fazer para que eu te amasse mais,
quanto mais vejo e ouço causa justa para o ódio?
Ah, apesar de amar o que outros abominam,
com os outros tu não deves abominar o meu estado;
Se a tua falta de valor despertou o amor em mim,
mais digno eu, de ser de ti amado.
Entre olho e coração um pacto distinto,
bem servir um ao outro deve agora.
Quando para ver-te o olho está faminto,
ou a suspirar de amor o coração se afoga,
o olhar desfruta o retrato de meu amor,
e o coração ao banquete figurado
convida. De outra vez, ao imaginado amor
o olhar a tomar parte é convidado.
Assim, por meu amor ou tua imagem,
és sempre presente ainda que distante,
pois não podes do pensar ir mais além
se estou com ele em ti a todo instante.
Se adormecem, tua imagem na minha visão
desperta ao deleite vista e coração.
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