Estava revirando meus gibis mais antigos e achei uma edição, da década de 1980, do Monstro do Pântano escrita por Alan Moore, peguei para reler e depois fiquei pensando no quanto as revistas do Monstro do Pântano tem influência nos quadrinhos desde a década de 80.
Bem, tirando o fato de Alan Moore ter escrito e ter influenciado Neil Gaiman, então jovem e pouco interessado nos quadrinhos, a largar o jornalismo e adentrar o mundo estranho das hqs, essas histórias antigas marcaram uma época e um estilo. Moore fez de tudo que pode com o personagem, explorou todos os estilos possíveis de terror e aprofundou ao máximo a personalidade e as características do monstro elemental. Mais de 20 anos depois dessas histórias ainda é difícil precisar a real dimensão da influência desse trabalho nas hqs.
O Monstro do Pântano tornou Moore famoso como roteirista e incentivou as grandes editoras americanas a investirem nos talentos britânicos, como o já mencionado Gaiman, Grant Morrison, Mark Millar, Dave McKean, Warren Ellis, David Lloyd entre outros.
Contudo, acho que o grande mérito de Moore e do Monstro do Pântano são as histórias atemporais; reler obras de Claremont da mesma época evidencia os erros e tira o brilho de alguns roteiros antes tidos como magistrais, o mesmo vale para as obras "revolucionárias" de John Byrne, cheias de recordatórios e roteiros longos. As histórias de Moore são muito atuais, pois são contos sobre um ser elemental formado por plantas, mas que tem um caráter sentimental muito grande. Além disso, Steve Bissete e John Totleben, desenhos e arte final respectivamente, ajudam a criar a sensação de um organismo vivo nas histórias, parece que o próprio pântano adquiri vida nas páginas inspiradas desses artistas.
Aos interessados, corram aos sebos, busquem na internet, e lembrando, a falida e agora inexistente Pixel Editora lançou um albúm especial com A Saga do Monstro do Pântano, são 192 páginas, lançadas em 2007; o preço não é animador, mas, garanto que vale a pena ter na prateleira.
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