sábado, 25 de fevereiro de 2012

Projeção Foto em Pauta

Há alguns dias atrás fiquei sabendo que meu ensaio foi selecionado para participar de uma das projeções que aconteceram durante o festival Foto em Pauta Tiradentes. Foram 111 inscritos e apenas 35 selecionados e felizmente eu faço parte desse grupo limitado de fotógrafos. Já aproveitando, vou postar as fotos do ensaio para que possam ver em primeira mão e espero que possam comparacer para a projeção durante o festival. O Foto em Pauta ocorre entre os dias 14 e 18 de março e as projeções estão marcadas para o 16... Maiores informações e programação completa podem ser encontradas no site do festival: www.fotoempauta/festival2012. Só lembrando, basta clicar nas imagens para ampliá-las... Espero que gostem...













quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A Invenção de Hugo Cabret

É só clicar na imagem para ampliar

Vamos lá, mais um comentários sobre um dos filmes favoritos ao Oscar; dessa vez o escolhido é "A Invenção de Hugo Cabret". O fime é a adaptação do livro homônimo, mas no fim das contas, o longa metragem é um grande homenagem à origem do cinema, mais precisamente, George Méliès e os irmãos Lumière.
A história é simples, um garoto (Hugo) passa a viver na estação de trens parisiense, Gare du Nord, após a morte do pai e onde passa a acertar os relógios diariamente. Além da habilidade com as engrenagens dos relógios, Hugo herdou do pai um autômato que não funciona e que o jovem tenta consertar roubando peças de uma loja de brinquedos da estação.
Pra não estragar a surpresa de quem ainda não viu, não vou contar a história e a partir daqui vou me ater aos méritos dos longa. Scorsese apresenta duas visões diferentes durante o filme, ambas baseadas em duas formas diferentes do cinema em sua origem. A primeira pode ser ligada ao cinema dos irmãos Lumière e faz referência direta à realidade e aos fatos cotidianos que eram expostos nos filmes dos irmãos franceses. No filme de Scorsese isso pode ser observado nas cenas em que o protagonista deixa a estação de trem e se depara com o mundo real.
A outra face dessa moeda é representada pelo diretor George Méliès (que tem participação importante no longa) e seus filmes que sempre buscavam mostrar a fantasia inerente aos sonhos e às ilusões. Isso pode ser observado nas cenas dentro da estação, onde Scorsese recria uma Paris romantizada e idealista com seus casais flertantes e os trombadinhas autodidatas.
Enfim, pra não me alongar muito, só posso dizer que Martin Scorsese dá uma aula de como contar uma história por meio de um filme e mostra que ainda há sensibilidade no cinema mainstream. Contudo, há duas coisas que ainda me incomodam um pouco (mas acho que é mais coisa minha mesmo), o filme se passa em Paris e todos falam inglês (mesmo sendo uma produção americana acho que poderiam ter escolhido atores franceses para dar mais veracidade ao longa) e o outro ponto é o filme ser em 3D, não vejo necessidade disso, mas tudo bem... No mais só elogios. Assistam o filme, quem não conhece Méliès vai se deliciar com esse mestre do cinema do íniocio do séc. XX, quem já conhece vai relembrar desse gênio que revolucionou o  entretenimento mundial.     

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O Artista


Nunca tinha feito isso; é a primeira vez que coloco dois posteres de um filme,  mas não resisti. Click nas imagens para ampliá-las.

Eu sou um amante de cinema confesso e devo dizer que há muito tempo venho falando que não se faz mais filmes como antigamente, não há mais a sensibilidade, a simplicidade e a ingenuidade dos antigos longas de Chaplin, Gene Kelly, Ingrid Bergman e outros grandes astros e diretores do cinema antigo. Pois bem, minha teoria veio abaixo com o lançamento de "O Artista", filme francês com direção de Michel Hazanavicius.
Tudo o que eu amo nos antigos longas está presente neste filme de 2011 que já arrebatou vários prêmios e 10 indicações ao Oscar desse ano (já é o meu preferido nas categorias Melhor Filme, Melhor Fotografia, Melhor Ator e Melhor Trilha Original). O filme é uma grande homenagem ao cinema mudo, à nostalgia e à simplicidade de uma outra época em que o cinema era a melhor forma de encontrar entretenimento e diversão.
A história é simples, um grande ator do cinema mudo se vê numa situação difícil quando os filmes passam a ser falados e o público já não se interessa mais pelos "velhos" astros do cinema mudo. Quem já assistiu o eterno clássico "Cantando na Chuva" sabe que essa história já foi contada antes (e muito bem, diga-se de passagem), mas não soa como cópia e sim como homenagem.
Por falar em homenagem, o longa está cheio delas, desde a trilha sonora, que lembra os filmes de Charlie Chaplin, até as cenas de sapateado no fim do filme que lembram os primeiros musicais. O filme pode ser considerado uma comédia-dramática muda e como tal depende muito da performance dos atores para funcionar e nisso não há o que comentar, Jean Dujardin (que interpreta o protagonista George Valentin) e Bérénice Bejo (que faz o par romântico Peppy Miller) arrebentam na interpretação, que não é fácil pois precisa "imitar" o estilo dos velhos filmes mudos em que os atores tinham que passar a emoção pelas expressões e não pelas falas.
Enfim, pra não entrar em mais detalhes e estragar a surpresa de muita gente, só posso dizer que pra mim este filme já chega como clássico moderno. É daqueles filmes que toca no fundo da alma de quem gosta verdadeiramente de cinema e sentia saudades do bons tempos em que não era preciso 3D, cenas milionárias de explosões, mulheres nuas e efeitos especiais espetaculares para se fazer um excelente longa metragem.  Sugiro que vá ao cinema ver esse filme (apesar de acreditar que poucas pessoas terão a sensibilidade para desfrutar toda a profundidade desse longa) mas, acima de tudo esse filme é pra ser visto em casa, tomando um bom vinho e de preferêcia abraçado a alguém especial; aí fica perfeito...   

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Manuel Álvarez Bravo

Voltando a falar sobre grandes fotógrafos, escolhi, dessa vez, um latino-americano, pra ser mais exato, um mexicano. Manuel Álvarez Bravo é com certeza o pioneiro da fotografia artística no México e pode ser considerado o maior representante da fotografia latino-americana do séc. XX.
Manuel nasceu em 1902, aos doze anos interrompe os estudos para trabalhar e ajudar a economia familiar, fato decorrente da morte do pai; que era músico e fanático adorador da fotografia. Álvarez Bravo é um artista pós-revolução mexicana, era muito amigo dos artistas comunistas do México como Diego Riveira e outros pintores muralistas, aos quais fotografou bastante em seus afazeres pictóricos. Também ficou conhecido pelas fotografias de nus femininos, que fez até sua morte em 2002; era comum, mesmo em idade avançada, convidar as belas mexicanas para posarem para suas fotografias.
Enfim, deixando o papo de lado, vamos ao que interessa, às fotos... Como sempre, é só clicar nas imagens para ampliá-las, espero que gostem e fiquem à vontade para comentar e repassar o post.







domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tudo Pode Dar Certo


Na última semana assisti novamente um dos meus filmes prediletos do Woody Allen, o longa-metragem "Tudo Pode Dar Certo". Eu gosto bastante dos filmes de Allen, mas esse em particular tem alguns itens que me fazem gostar ainda mais, um desses itens é a participação do ator Larry David (co-criador da série Seinfeld e grande inspiração para o personagem George Constanza). David tem um perfil bastante peculiar e não agrada a todas as pessoas (conseguindo ser quase odiado, na verdade). Outro item que me agrada é justamente a união entre estas duas personalidades estranhas, Allen e David, num casamento que gera um filho rabugento, hipocondríaco e quase agressivo com a incompetência alheia. Esse "filho" é o personagem Boris (claramente uma união das personalidades de Woody Allen e Larry David).
Por fim, não posso deixar de dizer que o último motivo para gostar do longa é a minha identificação com o protagonista. Quem me conhece bem sabe que daqui alguns anos vou ser um Boris potencial (talvez tirando a hipocondria).
Voltando um pouco para o filme (e deixando meu futuro tenebroso de lado), é impossível não deixar de rir durante boa parte do longa, que é uma das melhoras comédias que já vi.  Boris é um velho sistemático que já tentou suicídio e não obteve êxito e agora só quer passar o resto da vida sem ser incomodado pelo restante da humanidade, até que um dia ele se encontra com Melodie (Evan Rachel Wood, numa excelente interpretação), um garota do sul que foge de casa e acaba em Nova York sem conhecer ninguém e nem mesmo ter onde ficar.
Assim, por um acaso do destino, Boris a aceita em seu apartamento e os dois acabam desenvolvendo um relacionamento que termina em casamento, até que a mão da garota aparece na porta do casal. Inconformada com o casamento da filha com um velho tão estranho, na falta de termo melhor, a mãe de Melodie tenta fazer de tudo para a menina deixar o esposo e encontrar um novo pretendente. Nessa busca por um namorado novo para Melodie, sua mãe acaba ampliando seus horizontes e descobrindo-se uma artista que termina morando com dois homens ao mesmo tempo.
Pra melhorar a história o pai aparece procurando a filha e a esposa que ele havia abandonado e também, na ânsia de renovar a relação com a ex-esposa, acaba se descobrindo gay e encontrando um namorado num bar.
Numa das cenas Boris para e fala com a plateia que este não é um filme para as pessoas se sentirem bem no final, mas ele está enganado; é dificil não gostar e se sentir bem com o longa construído por Woody Allen. Este não é um dos seus excelentes trabalhos, mas está muito acima da média das produções atuais. Você pode até não gostar do diretor meio maluco, mas tem que admitir que ele sabe criar uma história interessante a partir de pouca coisa. 
Assim é Tudo Pode Dar Certo, partindo de um personagem bem construído e interessante Woody Allen nos mostra que nem tudo está errado no mundo e que às vezes, realmente, tudo pode dar certo.